quinta-feira, 24 de maio de 2012

Caso OMB/PA - Entrevista com o presidente da OMB/PA, Marcos Guimarães da Silva


 "Tentarei responder a sua entrevista, o mais objetivamente possível e conto você para publica-la na integra" (Marcos Guimarães da Silva).


Senhorita Matos - Tem menos de um mês que o sr. assumiu a presidência da Ordem. Como está a situação da OMB/PA?  

Marcos Silva - Na verdade estou há menos de dois meses como presidente e a situação é lastimável. Veja você que temos, até o dia de hoje, apenas 50 músicos adimplentes este ano de 2012, dos 7.000 inscritos; uma dívida de mais de vinte mil reais para honrar e uma categoria desacreditada. O desafio é grande!
Muitos não sabem o que representa a entidade; especulam sobre o que imaginam ser e, desejam sua extinção. Muitos nem se quer tem inscrição na OMB e, se possuem, estão inadimplentes há anos.

Outros são fervorosamente a favor e desejam que os reclamantes sejam banidos do mercado pela OMB, por não serem músicos profissionais e estarem ocupando seu espaço de trabalho; aceitando cachês abaixo da média e conseguindo a conivência dos empresários que enriquecem em detrimentos dos profissionais e ainda aproveitam-se da falta de esclarecimento destes músicos para incitá-los contra seu órgão gestor com frases como: "Tá aí a tua ordem, já veio tomar o teu dinheiro e não faz nada por ti. Eu sim, te dou emprego"! E o pior é que, somente quando ficam mais experientes, não raro, estes músicos procuram a Ordem para cobrar mudanças. 

Senhorita Matos - Nesse tempo, o sr. percebeu alguma irregularidade na OMB/PA?

Marcos Silva - Irregularidade não, mas falta de jogo de cintura. Veja bem, não é só fazer valer a lei, é como se fazer valer a lei. Irregularidades não, equívocos sim.
         

Senhorita Matos - Como é feito o processo de votação para a escolha da nova diretoria? De quanto em quanto tempo é realizada a votação?

 Ainda sobre o processo de votação... 
Tem músicos filiados a OMB/PA que alegaram não saber da eleição. Outros ainda, dizem que uma nota foi publicada no jornal de pouca circulação chamado "Popular". Isso procede?

Quem são os novos integrantes da Diretoria da OMB/PA?

Quais critérios são feitos para que os músicos filiados participem das chapas?

Marcos Silva -  O nosso processo eleitoral funciona assim:
No ano da eleição, somente os músicos profissionais com mais de cinco anos de carteira e adimplentes é que estarão aptos ao voto e com direito a montar uma chapa. Todos os músicos aptos ao processo eleitoral são convocados e os demais são informados por meio de um edital de convocação feita por um jornal de grande circulação. Já o músico prático não tem direito ao voto.
O processo elege um conselho que possuem gestões que variam de três a cinco anos.

3.1) Os músicos não conhecem o processo de eleitoral da OMB porque não procuram a entidade para se informar. E, a entidade não possui verba para via tv.
Já esta afirmação de que o anúncio do edital é feito através de um pasquim chamado "Popular", é pura leviandade, e aproveito para advertir que todos são responsáveis por suas palavras e atos, cuidado com as consequências. Agora se este "músico" se refere ao jornal "O Liberal" e o "Diário do Pará", sim, foi publicado e estes são bem populares e ele está perdoado. 

3.2) Os novos membros integrantes da diretoria da OMB/PA são:

Nome                                            Nome artístico                                Cargo
Marcos Guimarães da Silva           (Markinho ps)                               Presidente.
Alcyr Guimarães Sequeira           (Alcyr Guimarães)                          Vice-presidente
Mauro E. N.Figueiredo                 (Mauro Figueiredo)                        1º Secretario
Ademir Ferreira Dias                    (Ademir da Marcação)                   2º Secretario
George Lima Costa Neto               (George Neto)                                Tesoureiro


Senhorita Matos - Quando, onde e quantas reuniões já foram feitas com os músicos que estão sendo "penalizados" com a fiscalização da OMB/PA e o que foi decidido?

Marcos Silva -  Houve uma reunião na semana passada, na própria Ordem e eu pessoalmente recebi os músicos insatisfeitos com a fiscalização, cerca de dez a doze músicos mais seu advogado. Na ocasião, ficou decidido que a fiscalização se daria, a partir daquele momento, somente de forma pedagógica até a realização de uma assembleia marcada para acontecer no dia 19 de junho próximo.
Na reunião, repassei meus contatos pessoais para todos,  caso precisacem. No sábado passado o Floriano (músico) me ligou de madrugada dizendo que a fiscalização não estava cumprindo com o acordado; fato que culminou na demissão do fiscal responsável pela falta.
Isto prova que a Diretoria não aprova estes atos e se mostra solidária com os questinamentos dos músicos reclamantes; motivo pelo qual não compreendo tamanha hostilidade que, ante aos fatos, é extremamente desnecessária, pois estamos cumprindo nossa parte.

Senhorita Matos - O que deve mudar na OMB/PA, considerando o fato da imagem negativa que a entidade tem passado, para os seus filiados ou não, nos últimos anos? 

Marcos Silva - As mudanças já estão havendo. Estamos completando em 2012, 50 anos no Estado do Pará, e não tínhamos absolutamente nada para comemorar. Em pouco menos de dois meses, conseguimos tornar realidade um sonho de décadas: a criação da Cidade do Músico (trata-se de um complexo imobiliário contendo um conjunto habitacional); o Clube Social dos Músicos; um Anfi-teatro; a Escola de Música da OMB/PA e o Retiro dos Artistas.
A verba já está garantida pela Caixa Econômica Federal e só estamos aguardando o repasse do espaço físico solicitado junto a superintendência do patrimônio da união, o SPU, para darmos início as obras.
Isso para o artista pode não ser nada, mas, para o músico operário é uma realização incomensurável. Quem poderia imaginar uma realização deste porte pela OMB/PA até ontem?
E só vai usufruir destes benefícios quem quiser, pois, a OMB/PA não vai mais imputar a regularização.


Senhorita Matos - Qual é o papel da OMB/PA?

 Marcos Silva -  A OMB/PA é uma autarquia federal de regulamentação e fiscalização profissional, ou seja: ela regulamenta o músico interessado e qualificado em exercer a profissão e fiscaliza para garantir seu espaço de trabalho.
Já as reivindicações dos benefícios que o músico acha que tem junto a Ordem, como: plano de saúde, dentista, piso salarial etc, são de competência do sindicato e/ou de associações e não da OM/PA, porém, apesar de não ser de sua alçada e na ausência de um sindicato atuante, a Ordem, na condição de órgão gestor, verificou as possibilidades e já possuí convênios que garantem aos músicos credenciados pela OMB/PA, compra de instrumentos musicais a baixo do mercado e parcelado, atendimento médico, ambulatorial, internação, compras em supermercados, farmácias, óticas, salão de beleza, magazines, clube social (Tuna Luso Brasileira) e ainda vem mais por aí.

Senhorita Matos - O que você tem a dizer em relação às acusações de muitos músicos que disseram ter sofrido abusos (e até crime como retirada de dinheiro direto do caixa) por parte dos fiscais da Ordem? 

Marcos Silva - Isso não procede. Houve uma situação em que uma banda, que se apresentava na Casa das Onze Janelas, estava irregular mas, o líder da banda autorizou que o gerente efetuasse o pagamento ao fiscal contra recibo.

Senhorita Matos - O que aconteceu com o fiscal Sidney Monteiro? 

Marcos Silva -  O fiscal Sidney Monteiro foi desligado da OMB/PA por motivo de constante desobediencia das recomendações superiores.

Senhorita Matos - O que está sendo feito para que a relação da OMB/PA com os músicos melhore?

Marcos Silva -  A Ordem, nesta administração pretende acabar definitivamente com a desconfiança dos  músicos paraenses com uma administração tecnicamente competente para atingir objetivos que certamente viabilizarão a atividade musical no estado do para através de convênios, com várias secretarias da administração pública, bem como a aprovação de projetos de lei como:
*Veiculação obrigatória - dispõe da veiculação gratuita nas rádios paraenses das musicas locais;

*Músico sem fronteiras - dispõe do acesso gratuito dos músicos em casas de shows, cinemas, espetáculos, eventos esportivos e afins;

*Incentivo cultural empresárial - dispõe do desconto na carga tributária dos empresários que praticarem a música ao vivo em seus ambientes;

*Incentivo fonográfico - dispõe da gravação gratuita de obras locais, financiadas pelo governo do estado e a iniciativa privada, através da simples aprovação dos projetos, sem que o músico tenha, ainda, que captar seu patocinador;

*Contratação obrigatória - dispõe da contratação obrigatótia de duas bandas e/ou artista local, para cada apresentação de uma banda e/ou artista nacional;

*Saúde musical - dispõe do ingresso do músico inscrito na OMB/PA, como contribuinte, no sistema previdenciário do Estado, o país e

*Repasse obrigatório - dispõe do repasse integral do couvert artístico para os artistas, como o próprio nome sugere, mas que são hoje destinados pelos empregadores ao pagamento de outros profissionais.

Senhorita Matos - O que os músicos devem saber para evitar abusos por parte de alguns membros da OMB/PA que cometem atitudes ilegais (como no caso do Sidney)?

Marcos Silva -  O músico deve, antes de mais nada, perceber a OMB como sua casa e como tal, usufruir da mesma usando-a como instrumento para alavancar sua carreira com o respaldo do seu órgão gestor que é muito forte e esta a sua disposição.
Ao invés de se opor, aproximem-se e vejam como, todos juntos, podemos alçar voos grandiosos; temos que ser barristas e lutar-mos pela dignidade da profissão usando a força desta autarquia federal, a qual fazemos parte, para mostrar-mos a sociedade, que ainda hoje nos rotula de bom vivãns e não reconhecem o músico como profissional, graças a desunião da classe.
Tudo bem que todo músico é meio egocêntrico por se sentir uma estrela mas, o fato é que uma constelação ilumina muito mais.
Respeito, mas não me interessa o avanço dos baianos, cariocas, cearenses, paulistas e todos mais. Me interessa é saber que os nossos talentos não deixam nada a desejar a nenhum deles. Nós só precisamos mostrar à todos que estamos aqui, sabemos o que somos e que merecemos o devido respeito social pela edificação da nossa cultura musical.  Daí, não haverão mais abusos, nem atitudes desleais, porque todos seremos fiscais da evolução cultural musical do nosso Estado.

Por fim, peço em nome desta Diretoria, que todos se desarmem, nos apoiem e nos ajudem a construir uma história de sucesso daqui pra frente, já que não podemos mais chorar o leite derramado.
Pensem bem no que pretendem, pois, vocês podem conseguir algo de que certamente se arrependeram. Informem-se e vejam como um limão pode se tornar uma deliciosa limonada.
Usem a OMB ao seu favor.
Existem tantas atividades que desejam a regulamentação. Assim, queremos vocês, não contra a Odem, mas, sim contra uma Ordem inoperante, assim como nós. Portanto, aceitem nosso convite , somem conosco antes que seja tarde.


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